NOTÍCIA JORNAL A TARDE – ROSANA MARQUES
As mulheres atualmente são uma das maiores forças produtivas do país, também quando o assunto é criar e administrar o negócio próprio. Apesar da presença em número, as desigualdades entre os gêneros também são visíveis no empreendedorismo.
Pesquisa realizada em 2016 pelo Sebrae apontou que o Brasil tem mais de oito milhões de empreendedoras. No entanto, dados da Serasa Experian revelam que a desigualdade está no percentual de mulheres que são sócias ou lideram grandes empresas, apenas 0,2%. A maioria está concentrada em negócios de pequeno porte, cerca de 37%, em seguida em microempresas, com 36%, e MEIs, com 25%.
Para combater as desigualdades e premiar negócios de destaque, o Sebrae criou o Prêmio Mulher de Negócios, que na etapa baiana selecionou 19 finalistas e premiou, neste mês de agosto, negócios em três categorias: MEI, micro e pequenas empresas. As finalistas mostram o desenvolvimento da gestão de empresas lideradas por mulheres no estado. Para serem finalistas, as inscritas precisam se adequar a 75% das exigências do Modelo de Excelência em Gestão.
Sociedade machista
Mesmo na liderança, as mulheres muitas vezes têm de enfrentar desafios da sociedade machista. Foi o caso de uma das finalistas do prêmio Sebrae na Bahia, a empresária Ana Paula Nascimento, da Manancial Extintores.
Começando com 21 anos na empresa familiar, que pertenceu primeiramente ao seu pai e do qual hoje é sócia, a empresária, formada em administração, sentiu no dia a dia que precisava provar duplamente o seu valor como profissional e líder em uma área predominantemente masculina, como o setor de segurança.
“Infelizmente quando pensamos na figura de empresários, pensamos no sexo masculino. Um prêmio como esse vem para tirar a imagem e provar que as mulheres podem estar à frente. No meu caso, com minha ajuda como gerente, as coisas evoluíram na empresa”, conta Ana Paula.
Pioneira em Salvador no que ficou recentemente conhecido como coworking, a empresária Rosana Barbosa, criadora do Escritório Virtual, empresa criada há 22 anos e que aluga salas para negócios iniciantes, conta que se inscreveu no prêmio para compartilhar a sua história de sucesso e valorizar o trabalho feito por mulheres. “Ainda vemos muita discriminação, mesmo assim, a mulher ocupa espaço em todas as áreas, não há mais mistério ou cenário que seja somente masculino”, afirma.
Para a gestora estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, Andrelina Mendes, boa parte de trabalho do prêmio é ajudar, por meio do trabalho do Sebrae, as mulheres empreendedoras a desenvolverem o potencial que elas já têm em suas empresas. “A mulher é o ser mais corajoso da face da terra. Ela precisa abrir mão de várias coisas importantes e tidas como certas na sociedade para acreditar que é capaz”, diz Andrelina.